Com meus pés, salgo mares...
Levo comigo apenas as folhas de passagem e caminho, saboreando o tempo.
Mergulho em sangue nas formas de deus...
Ele me disse certa vez que precisava de minha companhia.
Sempre que chego, me sento no chão e começo a dizer que o amo e o odeio sempre, todos os dias, e que a maior parte dos homens são tolos por temê-lo ou adorá-lo.
Por não fazer nem uma coisa nem outra, vou ao seu encontro sem problemas.
Amor e difamação dançam juntos em minhas canções,
e ele, que só sabe me olhar, às vezes, esboça um sorriso canto de boca.
Salivo seu corpo.
Sente cócegas.
Sinto gosto de lágrimas na pele dele e cuspo,
tenho nojo da luz em alguns momentos.
Sentado ao pé de mim, recolhe-me em seu jardim, como nuvem desgarrada da plantação.
Mostra-me o que há e todo o meu corpo arde...
Sonho todas as noites copular com deus,andarilhar seus olhos e retornar.
De meu ventre, apenas árvores e pássaros juntos nos verdes do mistério.
Paro ventos e sou a grande mãe do nada:
Eu copulo com deus todas as noites.
Todas as noites salgamos mares.